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Divulgação Científica
1. Pacientes com osteoartrite podem ter alterações anatômicas
Um estudo
longitudinal realizado recentemente em um
Hospital Universitário de Portugal
evidenciou que alterações cerebrais estão
relacionadas com a dor crônica em pacientes
com osteoartrite no pré e pós-operatório de
Artroplastia Total de Joelho (ATJ). Os 582
participantes entre 45 e 75 anos foram
acompanhados por 6 meses com o objetivo de
analisar a persistência da dor após o
procedimento através de questionários e
análise de volume e forma cerebrais
subcorticais por meio de ressonância
magnética. Os resultados obtidos
evidenciaram uma relação direta sobre a dor
e volume das estruturas cerebrais, sugerindo
que a dor da condição pode depender de
propriedades cerebrais e sinalização
nociceptiva.
A osteoartrite
(OA) é uma condição dolorosa ocorrida nas
articulações, mais comumente nos joelhos,
que atinge milhares de pessoas ao longo de
suas vidas. A cirurgia para a substituição
total da cartilagem pode ser uma alternativa
para aliviar as dores nesses casos. No
entanto, a dor pode persistir e por isso, a
análise das estruturas subcorticais como
amígdala, tálamo e hipocampo deste estudo
foi importante para compreender que há uma
relação entre área e a presença de dor.
Entre os achados estão: volumes aumentados
de algumas regiões, como a amígdala,
hipocampo esquerdo e tálamo que foram
preditivos de dor persistente. Além disso,
foi observado que há diferenças entre
pacientes saudáveis e com OA nas regiões
cortical e subcortical. A hipótese é que
características anatômicas influenciam na
persistência da dor no período
pós-operatório. Nesse estudo é relatado que
diante da amostra não se sabe se as
alterações volumétricas são reversíveis. É
importante destacar a existência de outros
fatores que andam juntos com a cronificação
como: depressão, ansiedade e catastrofização
da dor. Há poucos estudos sobre o tema e por
isso, requer maiores reaplicações de
análises semelhantes a essa. O conhecimento
das propriedades funcionais e das conexões
anatômicas é de grande relevância para
continuidade das pesquisas para melhor
cuidado e controle da dor na OA.
Referência:
Barroso J, Branco P, Pinto-Ramos J, Vigotsky
AD, Reis AM, Schnitzer TJ, Galhardo V,
Apkarian AV. Subcortical brain anatomy as a
potential biomarker of persistent pain after
total knee replacement in osteoarthritis.
Pain. 2023 Oct 1;164(10):2306-2315. doi:
10.1097/j.pain.0000000000002932. Epub 2023
Jul 13. PMID: 37463229.
Alerta
submetido em 01/12/2023 e aceito em
15/12/2023.
Escrito por
Aline Frota Brito.
2. Ampla variedade de condições crônicas de dor tem suscetibilidade genética comum
Um grande núcleo de síndromes de dor tem
vulnerabilidade genética compartilhada,
principalmente em pescoço/ombro, costas e
articulações. Pesquisadores estadunidenses
examinaram os riscos genéticos
compartilhados em mais de 400 mil
indivíduos, recrutados entre 2006 e 2010
para um estudo de coorte, utilizando o
Biobanco do Reino Unido. Essa pesquisa tem
como objetivo compreender mais sobre o
genoma humano e sua correlação para a
predisposição e prevalência da dor para
melhorar sua terapêutica.
Esse estudo de associação genômica em larga
escala, analisou 24 condições de dor crônica
e estimou suas correlações genéticas entre
pares. Após esse processo, modulou a
estrutura fatorial genética mediante a
modelagem genômica de equações estruturais
para a obtenção de seus resultados. Os
pesquisadores fizeram uso do software de
regressão de escore de desequilíbrio de
ligação (LDSC) e da ferramenta de código
aberto comumente usada para análises
genéticas chamada de Plink.
Suscetibilidade genética comum condiciona
ampla variedade circunstancial de
cronicidade da dor. Esse achado é
fundamental para compor a compreensão
incompleta dos mecanismos de cronificação da
dor, que dificultam sua prevenção e seu
tratamento. Uma das principais limitações do
estudo é a predileção por conhecer os
fatores gerais e não os correlacionar com os
fatores subjacentes da associação genética.
Referências: Zorina-Lichtenwalter K, Bango
CI, Van Oudenhove L, et al. Genetic risk
shared across 24 chronic pain conditions:
identification and characterization with
genomic structural equation modeling. Pain.
2023;164(10):2239-2252. doi:10.1097/j.pain.0000000000002922
Alerta
submetido em 01/12/2023 e aceito em 22/12/2023. Escrito por Emanuelle Lorraine Nolêto das Neves.
3. A farmacogenética na escolha de fármacos analgésicos para crianças
Uma coorte prospectiva realizada em um
hospital pediátrico canadense identificou
que a analgesia em crianças é semelhante no
uso do ibuprofeno e da oxicodona como
analgésicos de escolha, e não são
influenciadas por variações genéticas. Nas
crianças que receberam ibuprofeno, a
presença de um polimorfismo genético foi
associada a diminuição de efeitos adversos.
O estudo buscou avaliar se alterações
genéticas influenciam na eficácia clínica e
eventos adversos relacionados ao uso do
ibuprofeno e da oxicodona. No estudo foram
avaliadas 210 crianças entre 4 e 16 anos,
que passaram por coleta de uma amostra de
DNA e deveriam ter tomado a medicação
prescrita (oxicodona ou ibuprofeno) um dia
após a alta do pronto socorro. Foram
avaliados os escores de dor após uso da
medicação e a presença de efeitos adversos
até 3 dias após alta do pronto socorro. Na
análise genética, foram consideradas as
variantes alélicas nos alelos CYP3A4 e
CYP2C9.
Houve redução da dor ao longo dos 3 dias
avaliados de forma muito semelhante, tanto
para os pacientes que receberam oxicodona,
quanto para os que receberam ibuprofeno. É
importante ressaltar que 99,3% dos pacientes
em uso de ibuprofeno usaram exclusivamente
esse fármaco como analgésico, e no grupo
oxicodona, 18,6% utilizaram esse fármaco em
monoterapia. Além disso, estratégias não
farmacológicas como gelo, tensor e muletas
foram utilizadas como adjuvantes.
Para o grupo oxicodona, não foi encontrada
influência no alívio da dor ou eventos
adversos relacionados às variações
genéticas. No grupo que recebeu ibuprofeno,
crianças portadoras da variante alélica de
função reduzida em CYP2C9 tiveram menor
probabilidade de sofrer um evento adverso,
em comparação com crianças que possuíam
variações diferentes.
Os autores consideram pequeno o tamanho da
amostra avaliada, e consideram também que
estes resultados devem ser confirmados com
uma amostra maior para caracterizar e
confirmar melhor as relações entre variações
alélicas e resultados clínicos em crianças.
Uma maior compreensão da farmacogenética
pode permitir uma escolha individualizada de
medicamentos, minimizando as reações
adversas aos medicamentos e otimizando a
resposta confiável à medicação.
Referências: Ali S, Yukseloglu A, Ross CJ,
Rosychuk RJ, Drendel AL, Manaloor R, Johnson
DW, Le May S, Carleton B. Effects of
pharmacogenetic profiles on pediatric pain
relief and adverse events with ibuprofen and
oxycodone. Pain Rep. 2023 Oct 17;8(6):e1113.
doi: 10.1097/PR9.0000000000001113. PMID:
38027465; PMCID: PMC10659733.
Alerta
submetido em 01/12/2023 e aceito em
15/12/2023.
Escrito por Rafaela Silva Motta.
4. Redução de dor espinhal crônica inespecífica associada à educação em saúde
Uma análise de
mediação secundária de um ensaio clínico
randomizado realizado na Rede de Atenção
Primária em Saúde, teve por objetivo
fornecer o primeiro insight sobre a
realização de uma nova abordagem para o
tratamento de dor espinhal crônica
inespecífica, na qual, a Educação em
Neurociência da dor (END) foi comparada com
o seguimento da fisioterapia convencional.
Melhorias pós-intervenção imediatas foram
fortemente mediadas pela END e, efeitos do
exercício em resultados no acompanhamento de
6 meses. Em adição, houve redução na
cinesiofobia, resultando também em ganhos na
qualidade de vida dos participantes que
receberam a intervenção.
A dor espinhal
crônica inespecífica é uma condição cada vez
mais comum e uma das principais causas de
incapacidade a longo prazo e redução da
qualidade de vida relacionada à saúde em
todo o mundo. A terapia por exercício é
considerada a base para o seu tratamento nas
atuais diretrizes de prática clínica,
entretanto, foram demonstrados benefícios
pequenos a moderados sendo eles a curto
prazo. Dito isso, a educação em neurociência
da dor visa reconceitualizar as crenças
sobre a dor para ensinar aos pacientes que a
sensibilização central, e não o dano
tecidual local, pode ser a causa de sua dor
duradoura.
Os resultados
obtidos na pesquisa apoiam fundamentos
teóricos já estabelecidos da estrutura da
Pain Neuroscience Education (PNE) e destacam
a importância de reduzir a cinesiofobia e o
sofrimento relacionado à sensibilização
central no tratamento de pacientes com dor
espinhal crônica.
Referências:
Murillo, C., Galán-Martín, M. Á.,
Montero-Cuadrado, F., Lluch, E., Meeus, M.,
& Loh, W. W. (2023). Reductions in
kinesiophobia and distress after pain
neuroscience education and exercise lead to
favourable outcomes: a secondary mediation
analysis of a randomized controlled trial in
primary care. Pain, 164(10), 2296–2305.
https://doi.org/10.1097/j.pain.0000000000002929
Alerta
submetido em 01/12/2023 e aceito em 22/12/2023.
Escrito por Anne Karollyne Alves da
Silva.
5. Dor pélvica crônica interfere na atividade cerebelar
A dor
persistente de enchimento da bexiga afeta a
atividade do cérebro. Um novo estudo de
abordagem multidisciplinar promovido pelo
Instituto Nacional de Diabetes, Digestivo e
Doenças Renais buscou realizar a subtipagem
de indivíduos diagnosticados com síndrome de
dor pélvica crônica urológica. Tal pesquisa
aconteceu por meio de um teste que recriou a
dor durante o enchimento da bexiga através
da ingestão de água e avaliação imediata na
primeira hora e avaliação após seis meses.
Além de usar medidas referidas pelos
próprios pacientes, realizou-se o exame de
ressonância magnética com o objetivo de
estabelecer um significado clínico da dor de
enchimento da bexiga, visto que essa queixa
continua sendo uma apresentação clínica sem
explicação. Por isso, as descobertas deste
estudo são capazes de apoiar estudos
clínicos adicionais sobre a eficácia de
terapias de ação central.
Para este
estudo foram estabelecidos dois grupos, um
com pacientes com síndrome de dor pélvica
crônica urológica e outro controle, ou seja,
sem dor. Para identificar os tipos e duração
dos sintomas relatados por esses indivíduos
considerou-se o autorrelato, a resposta a
alguns questionários e a aplicação de alguns
índices para a avaliação da dor pélvica e
sintomas urinários. Ademais, a amostra deste
estudo também foi submetida ao exame de
imagem de ressonância magnética em que foi
observada se existia uma sensibilidade da
região cerebral após realizado o teste de
enchimento da bexiga para avaliação da dor.
A análise dessas variáveis observadas
ocorreu mediante uma relação com as
variáveis de modelos já pré-determinados.
Portanto, após
a conclusão de que patologia na bexiga causa
dor e está associada a alterações no sistema
nervoso central é importante que haja mais
estudos a fim de desenvolver terapias
eficazes e direcionadas para esse tipo de
dor.
Referências:
Schrepf, A. D., Mawla, I., Naliboff, B. D.,
Gallop, B., Moldwin, R. M., Tu, F., Gupta,
P., Harte, S., Krieger, J. N., Yang, C.,
Bradley, C., Rodriguez, L., Williams, D.,
Magnotta, V., Ichesco, E., Harris, R. E.,
Clemens, Q., Mullins, C., & Kutch, J. J.
(2023). Neurobiology and long-term impact of
bladder-filling pain in humans: a
Multidisciplinary Approach to the Study of
Chronic Pelvic Pain (MAPP) research network
study. Pain, 164(10), 2343–2351. https://doi.org/10.1097/j.pain.0000000000002944
Alerta submetido em 01/12/2023 e aceito em
22/12/2023.
Escrito por Gabriela Oliveira Gonçalves.
6. Efeitos do comprometimento postural e mobilidade na cervicalgia O estudo,
promovido pela Universidade Estadual de
Londrina, realizado entre 2015 e 2017,
analisou o impacto da dor cervical com o
comprometimento postural, aumento do índice
de massa corporal de professores da rede
estadual de ensino fundamental e médio.
Foram
convocados 54 professores de ambos os sexos,
entre 18 e 60 anos, em atividade há ao menos
12 meses sem ocorrências de afastamento por
mais de 30 dias. Foram realizados testes em
posição bipodal e semitandem na plataforma
de força, para avaliação do controle
postural. As informações clínicas foram
obtidas por meio da realização de anamnese
pela Clínica Fonoaudiológica (UNOPAR), foi
utilizada a escala visual analógica para
avaliação da dor, a plataforma de sinais de
força avaliou o controle postural e o
instrumento flexímetro para a mobilidade
cervical. Os testes foram realizados em
superfícies rígidas e posteriormente de
espuma, com os participantes descalços e com
os braços junto ao corpo, realizando
movimentos de rotação, flexão, extensão e
flexão lateral. A dor cervical acometeu
35,2% dos participantes, 20,4% tinham severa
dificuldade da mobilidade e 30,8% eram
obesos.
Os subgrupos
que possuíam uma leve dificuldade da
mobilidade apresentaram melhor desempenho em
posição bipodal, diferentemente dos com
média e severa dificuldade, quando a posição
foi alterada para semitandem. Aqueles com
cervicalgia possuíam maior desequilíbrio da
postura e limitações da mobilidade cervical
associados à posição semitandem, com a base
de apoio reduzida. O estudo evidenciou que
pessoas obesas têm maior desequilíbrio
postural, podendo ser justificado pela
pressão plantar e não foi associado à
cervicalgia.
Conclui-se
que, na posição semitandem, os professores
com cervicalgia e com comprometimento severo
da mobilidade cervical apresentaram maior
desequilíbrio postural. Tais consequências
para os casos clínicos, levam ao
comprometimento muscular, doenças
ocupacionais, entre outros. É necessário
maiores estudos nesta área, devido à
escassez de informações encontradas.
Referências:
Dias, Ana Carolina Marcotti et al. Impact of
cervical pain, neck mobility, and body mass
index on teachers' postural control. Revista
CEFAC [online]. 2023, v. 25, n. 1:
Alerta
submetido em 27/09/2023 e aceito em 07/11/2023. Escrito por Mikaely Louise Alves de Souza e Tiago Sousa Reis.
7. Exercícios físicos no controle da dor
Realizou-se uma revisão sistemática brasileira incluindo estudos randomizados com indivíduos portadores de infecções virais associadas à presença de dor acima de 3 meses. Foi apresentada a prática de exercícios físicos como possibilidade de tratamento promissor. A coleta de dados foi realizada entre julho de 2021 e fevereiro de 2022. Foram revisadas as bases de dados EMBASE, LILACS, Pubmed e Scielo. Principais variáveis estudadas: intensidade da dor e seus impactos, aspectos psicológicos e sociais. Estas foram avaliadas através de escalas ou questionários.
Participaram do estudo 538 indivíduos maiores de 18 anos. A intensidade da dor foi analisada através da Escala Analógica Visual e do Inventário Breve da Dor. Selecionaram-se 11 estudos, em que 7 evidenciaram a dor. As intervenções foram exercícios aeróbicos, de resistência e pilates. Estes foram aplicados a um grupo com Chikungunya, um com HTLV-1 e outro com HIV. Resultados apontaram modificação do processamento da dor e sua redução moderada. Observou-se que exercícios aeróbicos combinados com os de resistência realizados por 20 minutos durante 12 semanas são eficazes e seguros para reduzir a dor após infecções virais, especialmente com adoção do Pilates. O tempo, a frequência diária ou semanal, e o grupo de pessoas afetadas devem ser considerados.
A queda moderada e modificação no processamento da dor por meio dos exercícios é importante relacionado ao baixo custo e risco. Porém, observou-se uma divergência entre os estudos. As amostras são pequenas e os protocolos diversos. Aliás, apesar de resultados positivos, não há estudos que comprovem a eficácia dessa prática.
Referências: RIOS, M. A. et al.. Physical exercise in the control of pain or fatigue associated with viral infections: systematic review. BrJP, v. 5, n. 3, p. 248–257, jul. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.5935/2595-0118.20220048-pt. Acesso em: 05 out. 2023.
Alerta
submetido em 02/10/2023 e aceito em 07/11/2023.
Escrito por Giovanna Aparecida Carvalho
de Jesus e Nathália Rodrigues de Castro.
8. Laserterapia no manejo de dor em lesões mamilares
O aleitamento
materno apresenta inúmeros benefícios para a
criança, mãe e família. Entretanto, a
amamentação mal conduzida ocasiona lesões
mamilares (LM) e dor na amamentação,
interferindo na continuidade do aleitamento.
O referido estudo tem como objetivo analisar
a eficácia do laser de baixa potência (Theraphy
laser EC marca DMC) em ação local e
sistêmica (ILIB) na cicatrização e redução
da dor ocasionada por lesões mamilares.
Trata-se de um ensaio clínico randomizado e
controlado, realizado com 54 lactantes no
Banco de Leite Humano de um Hospital
Universitário da região Sul do Brasil no
período de dezembro de 2017 a junho de 2018.
As participantes foram divididas em três
grupos, grupo controle (GC), grupo laser
local (GLL) e o irradiation laser
intravascular of blood (GILIB), sendo
acompanhadas por três dias consecutivos.
Todos os
grupos receberam as mesmas informações
referente ao manejo clínico e, com exceção
do GC, os demais receberam a laserterapia
referente a modalidade predefinida. Para
acompanhar a evolução da cicatrização, as
áreas foram analisadas antes e após as
terapêuticas. O laser de baixa potência,
administrado diretamente na lesão ou de
maneira sistêmica, mostrou-se eficaz na
cicatrização e redução da dor antes da
amamentação, por possuir efeitos
analgésicos, anti-inflamatórios e de
regeneração tecidual.
A pesquisa
apresentou benefícios para a aplicação
prática, visto que os resultados indicaram
que a terapia com laser é um recurso
terapêutico eficaz para facilitar o cuidado
clínico da amamentação. Entretanto, os
estudos devem ser aprimorados a fim de
definir os melhores parâmetros de aplicação,
o que não compromete a indicação da terapia
para tratamento das lesões mamilares.
Referências:
Curan FM, Ferrari RAP, Andraus RA, Tokushima
T, Guassu DN, Rodrigues R, et al. Laser de
baixa potência na cicatrização e analgesia
de lesões mamilares: ensaio clínico. Enferm
Foco, v. 14, e-202309, mar. 2023. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2023.v14.e-202309
Alerta
submetido em 21/09/2023 e aceito em 14/11/2023.
Escrito por Ester Cristine Gomes Brandão,
Júlia Ferreira de Brito e Valentine Veras
Silva.
9. Efeitos do exercício físico na dor oncológica
As dores
relacionadas ao câncer impactam diretamente
as atividades de vida diária e a qualidade
de vida dos pacientes. O presente estudo,
realizado na Austrália pela Escola de
Ciências da Saúde e Serviço Social e seus
afiliados, avaliou os efeitos do exercício
físico na dor oncológica em todos os tipos
de câncer, como também, os possíveis fatores
que influenciam nesses efeitos (como o tipo
de exercício, intensidade, duração, momento
do tratamento). Teve como embasamento
estudos publicados até 10 de janeiro de 2023
e realizou revisão sistemática com
meta-análise. Foi confirmado que o exercício
físico não agrava a dor relacionada ao
câncer e pode ser benéfico para a população
oncológica no geral.
Foram
incluídos dados de 5.877 participantes. O
câncer de mama foi o tipo de câncer mais
prevalente e a maioria dos estudos avaliaram
a intervenção de exercícios durante o
período ativo de tratamento com
quimioterapia e/ou radioterapia. Analisou-se
intervenções aeróbicas, de resistência,
mistas (aeróbico e de resistência) e outros
exercícios. Na maioria dos estudos a duração
das intervenções foi de 12 semanas ou mais,
e para a medição da dor foram utilizados
questionários e escalas validadas.
Os estudos que
envolveram mulheres com câncer de mama e
pessoas diagnosticadas com mais de dois
tipos de câncer apresentaram uma melhora
significativa. Para que haja uma maior
compreensão sobre esse fenômeno, é
necessário aprimorar as categorizações sobre
a dor e realizar mais estudos sobre este
assunto.
Referências:
Plinsinga ML, Singh B, Rose GL, et al. The
Effect of Exercise on Pain in People with
Cancer: A Systematic Review with
Meta-analysis. Sports Med.
2023;53(9):1737-1752. doi:10.1007/s40279-023-01862-9
Alerta submetido em 29/09/2023 e aceito
em 21/11/2023.
Escrito por Joyce Souza de Miranda, Maria
Eduarda Alcântara Campos e Maria Jennifer
Silva.
10. Medidas não farmacológicas para o alívio da dor no trabalho de parto
Um grupo de
pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, conduziu uma revisão
sistemática publicada em 2023, que mostrou a
eficácia de medidas não farmacológicas para
o alívio da dor do parto. A partir dos
principais achados que compuseram a amostra
final emergiu nove medidas não
farmacológicas, sendo estas: terapia
térmica, massagem/massagem sacral,
exercícios em bola suíça, acupressão,
auriculoterapia, musicoterapia, aromaterapia,
acupuntura e dança.
Participaram
do estudo gestantes acima de 37 semanas. Os
critérios de elegibilidade definidos foram:
ensaios clínicos randomizados publicados na
íntegra, disponíveis em meio eletrônico via
protocolo CAFe e que abordassem a
efetividade de medidas não farmacológicas
utilizadas por enfermeiros obstetras, de
modo combinado ou não, para aliviar a dor.
Foram realizadas duas etapas para a seleção
dos estudos, sendo a primeira, a leitura dos
títulos e resumos; já na segunda etapa
realizou-se a leitura completa do artigo
para garantir a especificidade sobre o
assunto pesquisado. Em relação às medidas de
controle constataram-se que os cuidados de
enfermagem padrão, próprio grupo, placebo e
nenhuma intervenção, e as medidas utilizadas
no grupo controle, não apresentam nenhum
prejuízo para a gestante e nem para o
recém-nascido.
O estudo é de
relevância para a comunidade de obstetrícia,
visto que possibilita melhorias na qualidade
do tratamento da dor no trabalho de parto
com o uso de técnicas não farmacológicas.
Portanto, os principais achados dessa
pesquisa possibilitam um nascimento mais
humanizado, contribuindo para a saúde
pública.
Referência:
Cabral BTV, Rocha MC dos S, Almeida VR de M,
et al.. Non-pharmacological measures for
pain relief in childbirth: a systematic
review. Rev Bras Saude Mater Infant.
2023;23:e20210439. doi:10.1590/1806-9304202300000439-en.
Alerta submetido em 25/09/2023 e aceito
em 21/11/2023.
Escrito por Gabriel Alvino Martins,
Priscila Sthefany Cardoso Magalhães e
Sthefanny Vitoria
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