Um estudo publicado pela revista Pain em
2024, de caráter internacional – com
pesquisadores do Chile, Bélgica, Espanha e
Dinamarca -, realizou uma revisão
sistemática e meta-análise para verificar a
dose ideal, em minutos, da aplicação da
educação neurocientífica da dor associada
com um programa de exercícios e a diminuição
da intensidade álgica e incapacidade em
pessoas com dor crônica espinhal. Na
pesquisa, foram incluídos 26 ensaios
clínicos randomizados e 1852 participantes,
sendo possível revelar os efeitos benéficos
a partir de uma dose mínima de 150 a 200
minutos na intervenção.
A pesquisa foi conduzida de acordo com o
protocolo PRISMA. No quesito de intensidade
álgica, 21 estudos a exploraram, com a
educação em neurociência da dor apresentando
efeito positivo moderado para a sua
diminuição, e o máximo de seus efeitos com a
aplicação de 250 minutos. Já a incapacidade
foi discutida em 20 estudos, tendo doses
semelhantes, porém com um efeito menor.
Outros aspectos investigados - como a
qualidade de vida, inventário de
sensibilização central, e limiar de pressão
à dor espinhal e não-espinhal - não
apresentaram dados estatísticos
significativos, principalmente em razão da
escassez de suas abordagens.
Infere-se, portanto, a partir dos impactos
positivos da educação em neurociências da
dor, a importância da comunicação,
orientações dos profissionais de saúde e
maior exploração na área. Ao entender as
respostas de seu corpo frente a um estímulo
desconfortável, o paciente obtém maior
autonomia, mudanças de percepção e
identificação de seus limites.
Referências: Núñez-Cortés R, Salazar-Méndez
J, Calatayud J, Malfliet A, Lluch E,
Mendez-Rebolledo G, Guzmán-Muñoz E,
López-Bueno R, Suso-Martí L. The optimal
dose of pain neuroscience education added to
an exercise programme for patients with
chronic spinal pain: a systematic review and
dose-response meta-analysis. Pain. 2024 Jun
1;165(6):1196-1206. doi: 10.1097/j.pain.0000000000003126.
Epub 2023 Nov 30. PMID: 38047772.