Pesquisadores alemães descobriram que
músicos profissionais possuem uma
sensibilidade maior à dor nas mãos e nos pés
em comparação a não músicos, no entanto,
eles demonstram maior resistência à dor. Um
estudo clínico conduzido em 2024 analisou a
sensibilidade à dor de estudantes de música
da Universidade de Hannover. Os
pesquisadores investigaram se a prática
prolongada de instrumentos, como piano,
violoncelo, violino e harpa, poderia
aumentar a sensibilidade à dor e a
resistência a estímulos dolorosos repetidos.
O estudo se justifica pelas frequentes
queixas de dor e lesões musculoesqueléticas
entre músicos profissionais durante o
treinamento e ao longo da carreira.
Nesse estudo, estudantes de música com carga
horária mínima de 10.000 horas de prática,
foram submetidos a estímulos dolorosos
controlados de calor nas mãos e nos pés. Em
seguida, responderam a um questionário que
mediu a intensidade dolorosa. O mesmo
procedimento foi aplicado a estudantes
voluntários de outras áreas. Ao comparar
músicos e não músicos, os investigadores
descobriram que os músicos apresentavam um
menor limiar de dor, ou seja, sentiam dor
com estímulos menores, entretanto, tinham
uma maior capacidade de se adaptar e
resistir à dor contínua.
Essa descoberta sugere que a prática intensa
de instrumentos musicais pode estar
associada a adaptações específicas em
regiões cerebrais que interpretam a dor,
aumentando, assim, a resistência à dor por
músicos. Esse tipo de estudo ajuda a
entender como as atividades profissionais
podem influenciar a percepção da dor.
Referência: Divarco R, Sternkopf F, Lee A,
et al. Lower thresholds and stronger
adaptation to pain in musicians reflect
occupational-specific adaptations to contact
heat stimulation. Eur J Pain. Published
online October 11, 2024. doi:10.1002/ejp.4738