Giovanna Aparecida Carvalho de Jesus
O sexo
feminino usa com mais predominância as
expressões faciais como exteriorização da
dor. Pesquisadores da Alemanha realizaram um
estudo baseado em uma amostra combinada com
pesquisas feitas entre os anos de 2007 e
2018. Objetivou-se evidenciar a influência
das respostas não verbais à dor,
especialmente expressões faciais e se há
diferenças entre sexos. Além disso, também
foi avaliado se há impacto no autorrelato e
experiência da dor. As diferenças sexuais
foram analisadas com relação aos seguintes
critérios: (1) sensibilidade à dor (limiar
de dor), (2) respostas subjetivas
(classificações), (3) expressões faciais (FACS)
e (4) a relação entre respostas subjetivas e
faciais à dor. Observou-se que os limiares
de dor para mulheres foram menores em
relação aos homens, mas não diferiram nas
respostas subjetivas. Além disso, as
mulheres tiveram respostas de expressões
faciais aumentadas e mais significantes não
só ao estímulo da dor, mas também a estados
emocionais.
A amostra
combinada incluiu dados de 7 estudos
equilibrados, sendo mesclados para formar um
novo conjunto de dados. Foram incluídos 392
participantes, sendo 200 mulheres e 192
homens. A partir disso, os indivíduos
receberam uma aplicação de calor por um
estimulador térmico, adaptada aos limiares
de dor individuais, juntamente com
intervenções não dolorosas de forma
aleatória, observando-se as reações faciais
aos estímulos. Em seguida, escalas
padronizadas de intensidade da dor foram
utilizadas para classificação da dor.
Durante todo o processo, os participantes
foram gravados a partir do FACS, um programa
que avalia movimentos e expressões
anatômicas, analisando unidades de ação
relevantes para a dor.
Os achados
foram considerados estatisticamente
significativos. Entretanto, necessita-se de
mais estudos sobre a temática, visto que a
presente pesquisa é uma das poucas a abordar
o assunto.
Referências:
Schneider, P., Lautenbacher, S., & Kunz, M.
(2024). Sex differences in facial
expressions of pain: results from a combined
sample. Pain, 165(8), 1784–1792. https://doi.org/10.1097/j.pain.0000000000003180