Uma análise de
mediação secundária de um ensaio clínico
randomizado realizado na Rede de Atenção
Primária em Saúde, teve por objetivo
fornecer o primeiro insight sobre a
realização de uma nova abordagem para o
tratamento de dor espinhal crônica
inespecífica, na qual, a Educação em
Neurociência da dor (END) foi comparada com
o seguimento da fisioterapia convencional.
Melhorias pós-intervenção imediatas foram
fortemente mediadas pela END e, efeitos do
exercício em resultados no acompanhamento de
6 meses. Em adição, houve redução na
cinesiofobia, resultando também em ganhos na
qualidade de vida dos participantes que
receberam a intervenção.
A dor espinhal
crônica inespecífica é uma condição cada vez
mais comum e uma das principais causas de
incapacidade a longo prazo e redução da
qualidade de vida relacionada à saúde em
todo o mundo. A terapia por exercício é
considerada a base para o seu tratamento nas
atuais diretrizes de prática clínica,
entretanto, foram demonstrados benefícios
pequenos a moderados sendo eles a curto
prazo. Dito isso, a educação em neurociência
da dor visa reconceitualizar as crenças
sobre a dor para ensinar aos pacientes que a
sensibilização central, e não o dano
tecidual local, pode ser a causa de sua dor
duradoura.
Os resultados
obtidos na pesquisa apoiam fundamentos
teóricos já estabelecidos da estrutura da
Pain Neuroscience Education (PNE) e destacam
a importância de reduzir a cinesiofobia e o
sofrimento relacionado à sensibilização
central no tratamento de pacientes com dor
espinhal crônica.
Referências:
Murillo, C., Galán-Martín, M. Á.,
Montero-Cuadrado, F., Lluch, E., Meeus, M.,
& Loh, W. W. (2023). Reductions in
kinesiophobia and distress after pain
neuroscience education and exercise lead to
favourable outcomes: a secondary mediation
analysis of a randomized controlled trial in
primary care. Pain, 164(10), 2296–2305.
https://doi.org/10.1097/j.pain.0000000000002929
Alerta
submetido em 01/12/2023 e aceito em 22/12/2023.