Estudo de
pesquisadores de Cingapura mostra que
mulheres que vivenciaram maior dor durante o
parto têm maior propensão a interromper mais
cedo a amamentação. A amamentação é
recomendada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) como prática exclusiva até os
seis meses de idade do bebê e complementar
até dois anos. Entretanto, inúmeros fatores
podem levar a interrupção prematura da
amamentação. Diante dessa perspectiva, entre
2017 e 2021, uma pesquisa clínica foi
conduzida para analisar como diversos
fatores podem influenciar a interrupção da
amamentação, incluindo a experiência da dor
durante o parto.
A pesquisa
analisou dados de 813 mulheres que deram à
luz em um hospital terciário. Dentre essas
participantes, 23,2% interromperam a
amamentação entre seis e dez semanas
pós-parto. A análise multivariada avaliou
possíveis fatores que estariam associados à
interrupção precoce da amamentação. Os
resultados mostraram que um nível
educacional mais baixo, presença de
diabetes, complicações obstétricas, indução
do trabalho de parto com ocitocina e maior
intensidade da dor do parto, são associados
fatores associados à interrupção precoce da
amamentação. Mulheres que relataram maior
dor durante o parto apresentaram maior
propensão a interromper a amamentação. Além
disso, o estudo destacou que o uso de
ocitocina sintética pode interferir na
liberação natural do hormônio pós-parto,
comprometendo a produção e a ejeção do
leite, impactando diretamente a amamentação.
Dessa forma,
os resultados indicam que a dor mais intensa
no parto pode impactar a amamentação. A
pesquisa reforça a importância do manejo
eficaz da dor durante o trabalho de parto,
aliado a um suporte contínuo às mães no
período pós-parto, para promover maiores
taxas de aleitamento materno prolongado.
Referência:
Ayuby NA, Ang MQ, Sultana R, Tan CW, Sng BL.
Investigating the association between labor
pain and cessation of breastfeeding. Sci Rep.
2024;14:31361. doi:10.1038/s41598-024-82850-5