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Alerta da edição mensal

 

 

O poder da música: preferências musicais influenciam a tolerância à dor

Maria Vitória Abreu Cardoso de Jesus

 

Um estudo clínico realizado por pesquisadores holandeses demonstrou que ouvir músicas do gênero musical preferido pode aumentar a tolerância à dor. A musicoterapia utiliza a música para promover o bem-estar e é vista como alternativa no tratamento de diferentes condições, incluindo a dor. Entretanto, a influência do gênero musical na musicoterapia ainda não é esclarecida. Este estudo, conduzido em um festival de música em 2023, selecionou 548 voluntários para investigar tal questão.

 

No estudo, os voluntários selecionados classificaram a preferência entre os cinco gêneros musicais e opinaram sobre qual dos gêneros poderia levar a um maior alívio da dor. Foram então randomizados aleatoriamente em 5 grupos. Cada grupo ouviu um dos gêneros musicais por 4 minutos - Urbano, Eletrônico, Clássico, Rock ou Pop - enquanto realizavam um teste de tolerância à dor com água gelada. O tempo de resistência, ou seja, a tolerância ao estímulo doloroso, foi cronometrado. Os resultados mostraram que, apesar dos participantes acreditarem que os gêneros clássico e pop poderiam trazer maior alívio da dor, na verdade, a preferência pessoal teve maior impacto na tolerância à dor, pois os indivíduos que ouviram seu gênero musical favorito suportaram a dor por mais tempo.

 

O estudo indica que utilizar o gênero musical de preferência pessoal aumenta a eficácia analgésica da musicoterapia, contrariando a ideia de que apenas gêneros musicais relaxantes são eficazes. Esses achados corroboram com o benefício da musicoterapia para controle da dor e destacam a importância da personalização, sugerindo que estratégias baseadas em preferências individuais podem ser mais eficientes no manejo clínico.

 

Referência: Van der Valk Bouman ES, Becker AS, Schaap J, et al. The impact of different music genres on pain tolerance: emphasizing the significance of individual music genre preferences. Sci Rep. 2024;14(1):21798. Published 2024 Sep 18. doi:10.1038/s41598-024-72882-2