Pesquisadores
concluíram que a exposição ao etanol aumenta
a sensibilidade à dor no período de
abstinência de forma dependente da
neurotransmissão dopaminérgica no núcleo
accumbens. O estudo foi realizado nos
Estados Unidos, e foram utilizados ratos
para obter seus resultados. Os principais
objetivos do estudo foram investigar o
impacto da exposição crônica e intermitente
ao etanol durante a adolescência na alodinia
mecânica, além das mudanças na
neurotransmissão dopaminérgica no núcleo
accumbens durante a abstinência prolongada.
Foram
utilizados 44 machos e 47 fêmeas, que foram
alojados em pares com um companheiro do
mesmo sexo e idade. Os ratos foram então
submetidos a ciclos de vapor de etanol, para
o grupo exposto, ou ar, para o grupo
controle, seguidos de um ciclo de
abstinência, este processo foi repetido 10
vezes. A alodinia mecânica foi avaliada por
meio do método de filamentos de von Frey,
enquanto o impacto do etanol sobre a
cinética de dopamina no núcleo accumbens
após abstinência prolongada foi determinado
por meio da voltametria cíclica rápida ex
vivo.
Com isso,
observou-se que a exposição ao vapor de
etanol aumentou a sensibilidade à dor e
alterou a dinâmica da dopamina no núcleo
accumbens. Segundo os autores, os achados do
estudo sugerem que a exposição ao etanol na
adolescência pode afetar a maturação do
sistema dopaminérgico, sendo necessária a
realização de mais estudos para a
comprovação efetiva deste fato.
Referência:
Kelley AM, Del Valle EJ, Zaman S, Karkhanis
AN. Adolescent ethanol exposure promotes
mechanical allodynia and alters dopamine
transmission in the nucleus accumbens shell.
Pain. 2024;165(6):e55-e64. doi:10.1097/j.pain.0000000000003097