DOL - Dor On Line

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Universidade de Brasília - Campus de Ceilândia
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
Faculdade de Farmácia - Universidade Federal da Bahia

Principal    |    Editoriais    |    Edições    |    Sobre a Dor    |    Glossário    |    Projeto DOL    |    Publicações    |    Contato

   
 

Alerta da edição mensal

 

 

Como o trauma psicológico altera a percepção da dor em pacientes com dor crônica

Clara Leite Trigueiro

 

O estudo revela que indivíduos com dor crônica e que possuem exposição a trauma são mais suscetíveis a sentir dores em diversos locais, mesmo em áreas que não podem ser consideradas como áreas dolorosas. Um exemplo utilizado no estudo são as mãos. Estudo realizado por pesquisadores do departamento de medicina da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, por volta de 2015 com o objetivo de examinar descritivamente se a exposição a traumas pode levar a diferenças na percepção da dor em indivíduos com dor lombar crônica não específica.

 

Foram incluídos 56 participantes com dor lombar e exposição a trauma, 93 participantes com dor lombar sem exposição a trauma e 31 controles sem dor. Todos os participantes foram submetidos a uma avaliação clínica completa. O protocolo padronizado de testes sensoriais quantitativos da “Rede Alemã de Pesquisa em Dor Neuropática” foi utilizado para obter perfis abrangentes sobre funções somatossensoriais em áreas dolorosas (costas) e não dolorosas (mãos). O protocolo consistiu em detecção térmica e mecânica, bem como limiares de dor, limiares de vibração e sensibilidade à dor a estímulos mecânicos cortantes e contundentes.

 

Os achados do estudo indicam que o trauma psicológico pode exercer influência de forma significativa sobre o perfil sensorial de pacientes que possuem dor lombar crônica, com uma ampliação da dor que não é restrita às áreas dolorosas. Portanto, a presença de trauma psicológico, mesmo na ausência de transtorno de estresse pós-traumático, pode acabar contribuindo para uma maior prevalência e intensidade da dor crônica. Esse conhecimento sugere a necessidade de abordagens terapêuticas que considerem tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos na gestão da dor crônica.

 

Referências: Tesarz J, Gerhardt A, Leisner S, Janke S, Treede RD, Eich W. Distinct quantitative sensory testing profiles in nonspecific chronic back pain subjects with and without psychological trauma. Pain. 2015;156(4):577-586. doi:10.1097/01.j.pain.0000460350.30707.8d