O estudo
revela que indivíduos com dor crônica e que
possuem exposição a trauma são mais
suscetíveis a sentir dores em diversos
locais, mesmo em áreas que não podem ser
consideradas como áreas dolorosas. Um
exemplo utilizado no estudo são as mãos.
Estudo realizado por pesquisadores do
departamento de medicina da Universidade de
Heidelberg, na Alemanha, por volta de 2015
com o objetivo de examinar descritivamente
se a exposição a traumas pode levar a
diferenças na percepção da dor em indivíduos
com dor lombar crônica não específica.
Foram
incluídos 56 participantes com dor lombar e
exposição a trauma, 93 participantes com dor
lombar sem exposição a trauma e 31 controles
sem dor. Todos os participantes foram
submetidos a uma avaliação clínica completa.
O protocolo padronizado de testes sensoriais
quantitativos da “Rede Alemã de Pesquisa em
Dor Neuropática” foi utilizado para obter
perfis abrangentes sobre funções
somatossensoriais em áreas dolorosas
(costas) e não dolorosas (mãos). O protocolo
consistiu em detecção térmica e mecânica,
bem como limiares de dor, limiares de
vibração e sensibilidade à dor a estímulos
mecânicos cortantes e contundentes.
Os achados do
estudo indicam que o trauma psicológico pode
exercer influência de forma significativa
sobre o perfil sensorial de pacientes que
possuem dor lombar crônica, com uma
ampliação da dor que não é restrita às áreas
dolorosas. Portanto, a presença de trauma
psicológico, mesmo na ausência de transtorno
de estresse pós-traumático, pode acabar
contribuindo para uma maior prevalência e
intensidade da dor crônica. Esse
conhecimento sugere a necessidade de
abordagens terapêuticas que considerem tanto
os aspectos físicos quanto os psicológicos
na gestão da dor crônica.
Referências:
Tesarz J, Gerhardt A, Leisner S, Janke S,
Treede RD, Eich W. Distinct quantitative
sensory testing profiles in nonspecific
chronic back pain subjects with and without
psychological trauma. Pain.
2015;156(4):577-586. doi:10.1097/01.j.pain.0000460350.30707.8d